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Terça-feira, 28 / 01 / 14

Ainda fala “à bebé”

O que fazer quando a linguagem da criança parece não estar em linha com a sua fase de desenvolvimento.

As primeiras vocalizações das crianças surgem escassas semanas depois do nascimento e são respostas aos estímulos sensoriais que recebe. Arranca assim o longo processo de aquisição da linguagem, que – dizem muitos investigadores – nunca termina, já que ao longo da vida estamos permanentemente a sofisticá-la.

 

Uma das fases de desenvolvimento mais gratificantes para os pais e restante família é aquela em que a criança acelera na aprendizagem da fala. “É um autêntico papagaio!”, comentam, embevecidos, pais, avós, tios e educadores.

 

Muitas vezes, para quem está de fora, não é fácil perceber o que a criança está a transmitir. As coisas são menos complexas para quem está com ela todos os dias e conhece o que quer dizer, conseguindo manter níveis de conversação cada vez mais sofisticados. E é assim que a linguagem da criança vai, ao longo do tempo, ganhando nova competências de vocabulário e fala.

 

 

O que se passa?

 

Se, nos primeiros anos, o “falar à bebé” não causa estranheza e até é motivo de divertimento, à medida que o tempo passa, porém, pais e restantes adultos esperam que a criança abandone este tipo de linguagem.

 

Quando isso não acontece, e ela persiste em usar termos simples para conceitos mais complexos, por exemplo, a preocupação pode instalar-se. Outro fenómeno que causa alarme é a aparente incapacidade de pronunciar algumas letras – como o “r” e o “l” – ou dificuldades em evoluir para frases mais longas.

 

A primeira coisa a ter em conta é que todas as crianças têm o seu ritmo próprio de desenvolvimento e que a linguagem é um de entre muitos outros factores. Ou seja, não é necessariamente verdade que alegadas dificuldades neste aspecto signifiquem que algo de errado se passa, em especial se a criança demonstra estar a evoluir globalmente de forma sólida.

 

 

Enriquecer a fala

 

Em segundo lugar, vale a pena avaliar que estímulo está a receber. Isto é, se os adultos falam com ela de forma mais infantil ou se têm vindo a evoluir, também eles, o seu discurso. Não é de admirar que a criança tenha uma fala mais simples ou truncada se em família se insiste em falar com ela “à bebé”.

 

Por outro lado, é sabido que a interação humana é o melhor caminho para enriquecer a fala, ao contrário de outro tipo de actividades mais passivas como, por exemplo, a televisão ou o computador. Uma criança que passe os dias em frente aos ecrãs, falando muito pouco com os outros, não adquire tão facilmente tanto esta capacidade de comunicação como ouras ferramentas sociais.

 

 

Análise externa

 

Se os pais sentem que nem tudo está bem, vale a pena procurar ajuda, e quanto mais cedo melhor. Numa primeira fase, essa análise deverá ser feita pelo pediatra: melhor do que ninguém o médico que acompanha a criança poderá analisar a sua linguagem e fala e compará-las tanto com os parâmetros esperados para a idade como com a sua experiência clínica.

 

E será o pediatra que ajudará a família a decidir se vale a pena esperar que a criança evolua, ou se vale a pena levar o caso a um especialista. É que as questões da fala não se limitam ao aparelho vocal: problemas auditivos, neurológicos, emocionais e até visuais podem estar na origem das dificuldades.

 

A boa notícia é que, mesmo que haja um motivo concreto para o arrastar da “fala à bebé”, na maior parte dos casos existem métodos eficazes para recuperar o tempo perdido. Fonoaudiologia, terapia da fala ou terapia comportamental são algumas das estratégias mais comuns para levar a criança a comunicar de forma mais eficaz. O importante é detectar precocemente e actuar de imediato.

 

 

Maria C Rodrigues

http://crescer.sapo.pt/crianca/educacao-e-pedagogia/ainda-fala-a-bebe

 

publicado por salinhadossonhos às 02:00
Terça-feira, 12 / 11 / 13

Comunicação e linguagem na infância

Comunicação e linguagem na infância (por Fátima Correia)

O terapeuta da fala é o profissional responsável pela avaliação e intervenção nas áreas de linguagem, comunicação, fala, fluência, voz e deglutição. A sua acção, embora possa ser exercida de forma directa com o utente, também ocorre de forma indirecta junto dos seus parceiros comunicativos. O papel da família e da escola, no caso das crianças, é essencial, não apenas na identificação da problemática e encaminhamento, mas também como parceiros do processo de intervenção terapêutica, uma vez que poderão dar continuidade ao trabalho realizado nos contextos em que a criança se insere. Deste modo facilitam a aquisição e generalização das suas aprendizagens onde efectivamente são necessárias.

O desenvolvimento infantil decorre ao longo de inúmeras etapas sequenciais, assinaladas por marcos de desenvolvimento característicos. Apesar destas fases se processarem segundo uma ordem cronológica identificada, as características individuais de cada criança e do contexto em que se insere influenciam este processo. Assim, podem verificar-se diferentes ritmos de desenvolvimento sem que, no entanto, se esteja na presença de uma perturbação. A existência de um ambiente estimulante e parceiros comunicativos capazes são requisitos fundamentais para um desenvolvimento comunicativo e linguístico apropriado ou, nos casos de haver uma perturbação do mesmo, para que as dificuldades inerentes possam ser superadas ou atenuadas.

As dificuldades de linguagem, comunicação e fala podem afectar as aquisições e o progresso da criança na escola e, posteriormente, na sua vida social e profissional. A linguagem permite-nos receber, armazenar e utilizar a informação que apreendemos do mundo que nos rodeia através de um processo de manipulação simbólica. Somos, assim, capazes de organizar o pensamento e comunicar, quer seja por um sistema verbal, como a fala ou a língua gestual, quer por formas não verbais, como a expressão facial ou a reacção corporal. Alterações ao nível da linguagem podem afectar, dependendo do tipo de perturbação, a forma como a criança se expressa e compreende e, consequentemente, a sua capacidade de aprendizagem. Por esse motivo é que crianças com este tipo de alterações apresentam frequentemente dificuldades no desenvolvimento das competências de leitura e da escrita. Deste modo, é essencial identificar o mais precocemente possível se o desenvolvimento da criança ocorre da forma esperada. O papel dos progenitores e dos educadores de infância é, assim, fundamental para a sinalização e posterior encaminhamento das crianças junto de profissionais qualificados na área, nomeadamente o terapeuta da fala. Para crianças em idade pré-escolar existem sinais de risco aos quais os cuidadores devem estar atentos, nomeadamente:

Sinais de risco ao nível da comunicação • Com 1 mês:    – não responder/reagir à voz humana;    – não produzir sons. • Aos 3 meses:    – não virar a cabeça quando ouve uma voz;    – não pegar e dar a vez nas interacções com os outros. • Aos 4 meses:    – não sorrir para as pessoas que lhe falam. • Aos 5 meses:    – não discriminar vozes amigáveis;    – não responder ao nome. • Entre os 9 e os 12 meses:    – não manifestar intenção para obter objectos ou a atenção dos outros. • Entre os 18 e os 20 meses:    – não reagir quando a chamam por trás;    – não mostrar interesse quando lhe é contado qualquer coisa;    – não gostar de brincar a jogos como cu-cu ou “apanhada”;    – não conseguir concentrar-se alguns minutos na mesma actividade;    – não apontar para o objecto que quer;    – não brincar ao faz-de-conta. • Dos 2 aos 5 anos:    – não gostar de brincar com outras crianças;    – não manter interesse quando lhe contam uma história

Sinais de risco ao nível da linguagem • Entre 12 e os 18 meses:    – não apontar para os objectos nomeados;    – não compreender ordens simples;    – não produzir a primeira palavra. • Entre os 18 e os 24 meses:    – não reagir ao “NÃO”;    – não identificar objectos familiares;    – não compreender categorias semânticas básicas (ex.: brinquedos, comida, roupa);    – não nomear os objectos familiares;    – não fazer frases com duas palavras;    – não perguntar o nome dos objectos. • Entre 24 e os 30 meses:    – não cumprir ordens de 2 comandos;    – não produzir frases com 2-3 palavras. • Entre 3 e os 4 anos:    – dificuldades em compreender pedidos/recados;    – não produzir frases com 4-5 palavras;    – não usar plurais, pronomes possessivos, adjectivos e a negativa. • Entre 4 e 5 anos:    – não compreender noções de tempo e quantidade;    – discurso pouco estruturado, sendo só compreendida pelos pais;    – não fazer perguntas do tipo: Porquê? Como? Onde? Quando? • Entre 5 e 6 anos:    – não produzir frases complexas.

Sinais de risco ao nível da fala Omitir, trocar e distorcer sons, tendo em conta que no desenvolvimento normal os mesmos surgem pela seguinte cronologia: • Aos 2 anos:    – [m] (ex.: mão);    – [p] (ex.: pato);    – [n] (ex.: nabo);    – [b] (ex.: bola);    – [d] (ex.: dominó);    – [t] (ex.: rato). • Aos 2 anos e meio:    – [R] (ex.: remo);    – [k] (ex.: carro);    – [g] (ex.: gato). • Entre os 3 e os 3 anos e meio:    – [f] (ex.: figo);    – [s] (ex.: sapato). • Entre os 4 e os 4 anos e meio:    – [l] (ex.: lapa);    – [r] (ex.: cara);    – [v] (ex.: vela);    – [z] (ex.: zorro);    – [j] (ex.: janela);    – [ch] (ex.: xaile).    – preferir alimentos pastosos a sólidos;    – “falar pelo nariz”;    – usar ou ter usado chupeta até muito tarde (3-4 anos);    – continuar a gaguejar depois dos 5 anos;    – demonstrar receio de falar por medo de gaguejar;    – apresentar uma voz rouca;    – gritar com muita frequência;    – falar muito, muito rápido e muito alto.

 

Fátima Correia Terapeuta da fala do Centro Médico, Terapêutico e Pedagógico “Comunicar”

 

http://www.portoeditora.pt/espacoprofessor/comunicacao-linguagem-infancia

publicado por salinhadossonhos às 22:21
Terça-feira, 11 / 06 / 13

Emergência tardia da linguagem

 
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O André foi o bebé mais desejado do mundo. Primeiro filho, primeiro neto e primeiro sobrinho, recebeu tanto mimo que era impossível não ficar estragado. Logo na maternidade, as prendas foram tantas que já não cabiam no quarto. E o miúdo era bem engraçado. E até dava boas noites. Começou a palrar cedo e, pelos sete meses, já sentado sem praticamente apoio, balbuciava intensamente, emitindo uma grande variedade de sons. Pelos onze meses de idade, começou a andar sozinho e, na festa do seu primeiro aniversário, fez as delícias dos familiares ao exibir umas quantas gracinhas. Era esperto e aprendia tudo o que lhe ensinavam. Mas não dizia uma única palavra com sentido.

O pediatra sossegou os pais: muitos miúdos só falam mais tarde, pelo que se teria de dar tempo ao tempo... Aos dezoito meses de idade, já corria de forma escorreita, ainda não dizia uma única palavra, embora percebesse tudo. Parecia um mudo. O pediatra do André reafirmou que, na sua experiência, muitas crianças, sobretudo rapazolas, podem falar mais tarde. Mas, quando fez dois anos, as coisas não melhoraram. O pediatra recomendou, então, uma consulta com um pediatra do neurodesenvolvimento, o qual viria a formular um diagnóstico pouco conhecido: Emergência Tardia da Linguagem.

Em linguagem mais simples, isto significa que todas as competências do neurodesenvolvimento estão adquiridas nas idades protocolares, com exceção da expressão linguística. Pelo sim e pelo não, e por uma questão de segurança, este especialista recomendou a aprendizagem das letras e, posteriormente, da sua junção (a denominada fusão fonémica), com o objetivo de se acautelarem possíveis complicações futuras na área da aprendizagem da leitura. Como previsto, a evolução foi excelente e, pelos três anos de idade, o André já falava de uma maneira convencional. Hoje, festejou o seu 18º. aniversário. E é tão eloquente que muitos já dizem que ele, como o outro, é uma verdadeira picareta falante …

 

http://www.paisefilhos.pt/index.php/criancas/dos-3-aos-5-anos/4534-emergencia-tardia-da-linguagem

publicado por salinhadossonhos às 15:10

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