A capacidade intelectual de cada um de nós, e também a emocional - porque já se percebeu que esta é igualmente importante -, são fomentadas na infância com a ajuda dos pais

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Ella/Photoxpress
O mundo não está dividido por pessoas inteligentes e outras desprovidas desta capacidade. Cada ser humano tem apenas os seus próprios ritmos de aprendizagem e mais jeito, se quisermos, para aprender umas matérias e fazer umas coisas do que outras. Seja como for, o fundamental é, segundo alguns cientistas, exercitar “as janelas de oportunidades” que todas as crianças têm. Ou seja, estimulá-las em todos os campos e, quando chegar a hora das perguntas, ter aptidão e paciência para responder. Aceitar a sua curiosidade para que continue a procurar e a aprender, oferecendo-lhe, ao mesmo tempo, os instrumentos apropriados em cada etapa da sua vida que vão servindo de auxiliares de aprendizagem.   Até ao sexto mês. Apesar de levar a maior parte do tempo a dormir, o bebé descobre o mundo que o rodeia logo nas primeiras treze semanas de vida, através dos sentidos. Descoberta que se vai apurando gradualmente à medida que passam mais tempo acordados, com o olhar preso aos objetos que se mexem e decoram o quarto, às suas próprias mãos, às sombras das árvores na rua. Surpreendem-se, às vezes assustam-se, mas não é exclusivamente nestes momentos que os pais devem acarinhá-los, dar-lhe mimos, conversar e cantar de forma apaziguadora e ternurenta, transmitindo-lhe todo o amor e segurança. Aos quatro meses já é capaz de agarrar os primeiros objetos que lhe dão, e aos seis meses ser ele próprio a apanhá-los sozinho. E então é ver a sua alegria enquanto agita  uma roca colorida. Nesta fase, é importante que lhe proporcionemos todos os estímulos sonoros e visuais.   Dos 6 meses aos 2 anos. O bebé faz-se criança. Já andou um longo caminho, iniciou uma das fases mais interessantes: a exploratória. Tudo isto porque entretanto já aprendeu a mover-se sozinho. Gosta de experimentar e tocar. Ativamente atentos, os pais devem permitir esses pequenos ensaios, sem referências abusivas à ameaça permanente do perigo. Por outro lado devem compreender que os jogos não constituem apenas um prazer para as crianças mas também uma aprendizagem. É então ao longo desta etapa que gostam de amontoar blocos, encaixar objetos uns nos outros. Através deste exercício vão desenvolvendo a habilidade motora. Quanto à linguagem, é fundamental que a ajudemos a desenvolver, respondendo às suas perguntas e introduzindo no diálogo novas palavras. Pô-las em contacto com os livros e as histórias é outro passo importante ainda nesta fase, escolhendo temas que falem de coisas do seu dia a dia mas que lhe permita igualmente desenvolver a imaginação.   Dos 2 aos 5 anos.  Inicia a idade dos porquês: a criança torna-se genuína e  saudavelmente curiosa. É fundamental que os pais apoiem esta necessidade de descobrir, pois caso contrário eles podem desistir de o fazer. Mesmo que não lhe apeteça responder, faça-o sempre. Passam uma fase em que gostam de imitar os progenitores nas lides do dia a dia, por exemplo, e depois tornam-se mais criadoras. Passam a interessar-se especialmente por jogos de construção. Nesta faixa etária devem ser-lhe dadas já algumas tarefas de forma a sentirem-se úteis e devem aprender a competir com lealdade, através das brincadeiras com outros meninos.  É preciso potenciar-lhes a criatividade e a imaginação. Os jogos têm um papel essencial em todos estes aspectos, por isso os pais não só devem estimulá-los como envolver-se neles sempre que possível.   A partir dos 5 anos. A entrada na escola inicia uma nova etapa. A partir daqui a criança vai ter outras tarefas a cumprir. Respeite os seus ritmos e método de aprendizagem, ajudando-a nas dificuldades mas não as resolvendo por ela. Se a criança tem alguns dotes especiais e mostra vontade de desenvolvê-los, apoie a sua opção através do ingresso numa escola especial por exemplo. Mas sensibilize-a também para as atividades ao ar livre, à leitura e às relações interpessoais com os pares, visitem museus e monumentos, vão ao teatro e ao cinema.  Ensine-a a ter opiniões sobre as coisas, a ser crítica, responsável, segura e sobretudo  independente. Conselhos úteis - Escute a criança: tente compreender e respeitar as suas opiniões. - Dê-lhe o tempo necessário para aprender e fazer as coisas, pois cada uma tem o seu próprio ritmo de aprendizagem. Jamais compare os seus progressos com os de um irmão mais velho, por exemplo. - Facilite-lhe os instrumentos certos e necessários. - Ajude-a a esquematizar o pensamento mas não o faça por ela. Auxilie-o a procurar soluções mas não lhas dê, pois seria o mesmo que passar-lhe um atestado de incapacidade. - Transmita-lhe muitas mensagens de esperança e confiança.       A brincar também se aprende  Através dos jogos as crianças encontram as primeiras dificuldades que é preciso ultrapassar e se, regra geral e inicialmente, preferem os brinquedos mais simples, não é porque sejam desprovidos de sapiência, mas porque tem uma infinita imaginação. Cada idade possui, no entanto, os jogos mais apropriados com vista a um objetivo concreto: as construções Lego por exemplo, são excelentes para a coordenação tanto motora como visual da criança a partir dos 2 anos de idade. Antes de atingir esta faixa etária, um livro é uma das melhores “receitas” lhes para fomentar a imaginação. Puzles e jogos de dominó , por exemplo (qual o adulto que não gosta de deliciar-se com estes passatempos?), para além de estimularem a memória visual  e os reflexos dos meninos com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos, inicia-os igualmente na competitividade que devemos zelar que seja leal. Finalmente, um computador, para crianças a partir dos 6 anos, pode revelar-se um excelente instrumento de introdução a diferentes matérias de forma divertida e pedagógica.
Texto: Inês Mendes
 
publicado por salinhadossonhos às 01:34