
A primavera já começou e, com ela, vem o tempo mais ameno, os dias longos, as ruas mais floridas... e as alergias.
Antes de mais, passamos a explicar que as reações alérgicas resultam de um “erro” de leitura do sistema imunológico, que assume como inimigas substâncias consideradas banais. No caso das crianças, e de acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), as principais manifestações de alergias variam de acordo com a idade, assim como dos alergénicos envolvidos. A mesma entidade explica que podem aparecer alergias logo no primeiro ano de vida, sob a forma de eczema atópico, e, mais tarde, a partir dos 2 anos, sob a forma de asma e rinite. Já a rinite alérgica costuma aparecer por volta dos 3 anos de idade e, normalmente, é provocada por ácaros, grãos de pólen e alergia ao pelo de animais.
Apesar de haver uma série de fatores externos que podem propiciar as alergias, como a poluição ou os pólenes, por exemplo, o risco futuro de alergia é maior em crianças que tenham uma história familiar onde haja antecedentes de doença alérgica. A principal causa de alergia nesta altura do ano são os pólenes e, por isso mesmo, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica disponibiliza no seu site, em www.spaic.pt , um Boletim Polínico. Semanalmente, a SPAIC informa sobre quais os pólenes mais frequentes em cinco localizações do território Continental: Norte, Centro, Estremadura, Alentejo e Algarve, divulgando, para cada zona do país, quais os três pólenes clinicamente mais prevalentes.
Não obstante tudo isto, há alturas do ano, como a primavera, em que as alergias se manifestam com uma maior intensidade. Sintomas como espirros, nariz a pingar e obstrução nasal, olhos vermelhos, lacrimejo, tosse e comichão na pele, são bastante mais frequentes nesta altura (tanto nas crianças como nos adultos).
A principal causa de alergia nesta altura do ano são os pólenes e, por isso mesmo, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica disponibiliza no seu site, em www.spaic.pt , um Boletim Polínico. Semanalmente, a SPAIC informa sobre quais os pólenes mais frequentes em cinco localizações do território Continental: Norte, Centro, Estremadura, Alentejo e Algarve, divulgando, para cada zona do país, quais os três pólenes clinicamente mais prevalentes.
Medidas para minimizar o risco de alergias na primavera
1. Para reduzir o contacto com o pólen, os passeios e as atividades desportivas ao ar-livre devem ser feitos logo de manhã cedo;
2. O uso de óculos escuros também contribui para que os olhos não estejam em contacto tão direto com os pólenes, para além de também os protegerem da luz;
3. Embora seja normal aproveitar o bom tempo para arejar a casa, abrindo as janelas, deve-se fazê-lo também logo de manhã, pelo mesmo motivo já referido: porque nesta altura o nível de pólenes é mais baixo;
4. Opte por estender e secar a roupa durante a noite, por causa dos pólenes.
Medidas para minimizar o risco de alergias durante o ano
Se os conselhos anteriores estavam focados na primavera, existem outros que devem ser levados em consideração durante todo o ano, de modo a prevenir manifestações de alergias nas crianças:
1. Privilegiar o aleitamento materno nos primeiros quatro a seis meses de vida do bebé;
2. Atrasar a introdução de alimentos mais alergénicos, como o leite de vaca, trigo, ovo, peixe e citrinos;
3. Evitar o fumo do tabaco - na grávida, isso aumenta o risco de asma no bebé, e no caso da criança sujeita ao fumo passivo também existe esse risco;
4. Usar mobílias simples no quarto das crianças e evitar peluches, muitos brinquedos e tapetes, para que os ácaros não se acumulem; 5. Nos primeiros anos de vida do bebé, deve-se evitar ter animais em casa que larguem muito pelo;
6. Deve optar-se por usar edredons de material sintético, em vez de cobertores, assim como almofadas de espuma ou de outro material sintético. Tanto uma coisa como outra devem ser substituídas, mais ou menos, de 3 em 3 anos;
7. Devem evitar-se os lençóis de flanela;
8. A roupa de cama deve ser lavada a uma temperatura superior a 55ºC, de modo a remover eficazmente os ácaros e as suas partículas;
9. Para o final, deixamos uma medida que é mais uma teoria, mas não é consensual: a Teoria da Higiene. Segundo ela, o “excesso” de cuidados – com a limpeza do ambiente, com os alimentos, o facto de haver um maior recurso a vacinas e de se registar uma diminuição do contacto com a terra e com os meios rurais, etc – veio alterar o equilíbrio da nossa flora intestinal e sistema imunitário. Por sua vez, estas alterações favoreceram a ocorrência de alergias, sendo este um fenómeno em crescimento nos países desenvolvidos.
Medidas preventivas à parte, é importante ter em conta que caso os sintomas alérgicos atinjam um nível que afete o dia-a-dia da criança, desde a sua vida na escola, ao seu ritmo de sono, deverá procurar-se um médico especialista.
As alergias têm vindo a aumentar
Vários estudos têm revelado que as alergias têm vindo a aumentar nas últimas décadas. No caso concreto de Portugal, os estudos mais recentes demonstram que cerca de 11% das crianças, entre os 6 e 14 anos, e 5% dos adultos, sofrem de asma, sendo que 10% da população sofre de rinite.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica revela que “é consensual que a prevalência das doenças alérgicas continuará a aumentar e, em 2020, poderá afetar cronicamente, com sintomas quase diários, uma percentagem ainda mais elevada da população». A SPAIC explica que o aumento mais significativo é esperado nas situações de rinite alérgica, alergia a medicamentos e a alimentos, particularmente nas crianças.
Os ambientes, tanto o exterior como o interior, são apontados como os fatores de risco com mais tendência a aumentar.
Sofia Patrício
http://crescer.sapo.pt/crianca/saude-e-seguranca/a-primavera-as-criancas-e-as-alergias/5