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Terça-feira, 11 / 08 / 15

Como preparar uma criança para a escola primária

Como preparar uma criança para a escola primária
 
Criança na paragem do autocarro
 
 

A entrada na escola primária é um momento importante na vida escolar de qualquer criança, que certamente sentirá um misto de ansiedade e excitação. Saiba como ajudar o seu filho a ultrapassar eventuais inseguranças e a preparar-se para um ano letivo – o primeiro! – repleto de sucesso.

Vais para a escola primária!

O final das férias é normalmente um período de alguma tensão, para pais e filhos, sobretudo quando as crianças vão entrar para a escola primária. O receio do desconhecido, bem como a separação dos pais, após um longo período de férias, pode contribuir para alguma insegurança por parte das crianças, bem como algumas expectativas por parte dos pais, que sentem uma espécie de abalo emocional, por deixarem os seus filhos num local completamente novo. Aqui ficam alguns conselhos que poderão reduzir o nível de stress, por parte das crianças, mas também dos próprios pais.

Criar uma imagem positiva da escola

É importante criar uma expectativa positiva em relação à entrada para a escola primária, o que pode ser feito de várias formas:

  • Falar da experiência pessoal dos pais, enquanto alunos na escola primária, contando aspetos que os marcaram e a importância que a escola teve para eles. A pequenada vai adorar ouvir histórias de quando os seus pais também eram pequenos alunos!
  • Fomentar o contacto das crianças com alunos que estejam neste  nível de escolaridade e que poderão falar de todas as aprendizagens e brincadeiras que viveram ao longo do ano letivo. Se houver irmãos mais velhos, devem proporcionar conversas animadas sobre a experiência na escola primária e aproveitar para mostrar fotos, trabalhos escolares, cadernos e manuais.

Levar a criança a conhecer a escola

É importante levar a criança a conhecer a escola primária que vai frequentar, com uma visita guiada a todas as suas valências: as salas de aula, o refeitório, a biblioteca, o pavilhão ou espaço desportivo, o recreio. Peça a um funcionário da escola para acompanhar essa visita e para explicar o tipo de atividades que habitualmente se realizam em cada um desses espaços. Desta forma, a criança aperceber-se-á que, para além da aprendizagem, a escola disponibiliza também equipamentos lúdicos, que poderão contribuir para muitas e divertidas brincadeiras com os outros alunos. Também aqui poderá aproveitar para pedir a um aluno da escola (alguém conhecido – como um primo, vizinho ou amigo – seria ótimo!) para os acompanhar nessa visita, pois, é sempre importante ouvir as experiências na voz de uma criança que já passou pelo primeiro dia de aulas na escola primária. Desta forma, estará a criar as condições necessárias para que a criança não se sinta tão “perdida” ou “desenquadrada” no início das aulas. Se possível, conhecer a professora antes do arranque do ano letivo será outra boa estratégia para preparar adequadamente a criança para a entrada na escola primária.

Fomentar o gosto pela leitura, pelo estudo e pela aprendizagem

Aproveite para ler ao seu filho, explicando-lhe que, em breve, será ele a ler para si. Fale-lhe do mundo fantástico das letras, que juntas se transformam em palavras e estas em frases. Leve a criança a bibliotecas ou livrarias, deixando-a descobrir o mundo mágico do livro. Faça da compra do material escolar uma verdadeira terapia de pais/filhos, mostrando-lhe todas as hipóteses de material que tem à sua disposição e deixando a criança escolher algumas coisas sozinha. Em casa, revejam o material e arrumem-no com carinho. Prepararem uma secretária de trabalho e deixe a criança começar a utilizá-la, falando-lhe dos trabalhos de casa, que aí realizará. Forre os manuais escolares, com a ajuda da criança, e arranje umas etiquetas bem divertidas para colarem juntos. Estes conselhos ajudarão a ultrapassar os receios iniciais do primeiro dia de aulas e contribuirão de forma significativa para o sucesso escolar da criança.

Criar novas e divertidas rotinas

Para que a criança não estranhe tanto as mudanças que se vão instituir com o início das aulas na escola primária, poderá optar por criar estas rotinas mais cedo, de forma divertida e com alguma criatividade, manifestando o seu entusiasmo perante uma nova e importante etapa na vida do seu filho. Desta forma, a criança sentir-se-á mais segura, pois já experienciou algumas dessas mudanças. Para isso, deverá:

  • Estabelecer os horários de deitar, acordar e de fazer os trabalhos de casa.
  • Fazer as refeições à hora estipulada, aproveitando este período de partilha para falar da escola, dos novos amigos que a criança vai criar, bem como das aprendizagens que vai fazer.
  • Brincar à escola com a criança, mostrando os novos manuais e aproveitando alguns dos temas de que gosta, para lhe despertar o gosto e entusiasmo pelas diferentes disciplinas.
  • Deixar sempre todo o material escolar e roupa para o dia seguinte preparado na noite anterior, de forma a evitar manhãs stressantes.
 http://pequenada.com/artigos/como-preparar-crianca-para-escola-primaria
publicado por salinhadossonhos às 11:30
Terça-feira, 14 / 04 / 15

Programa de Intervenção “Transição para o 1.º Ciclo”

Programa de Intervenção “Transição para o 1.º Ciclo”

 

Informamos os Encarregados de Educação que, a partir do dia 14 de Abril, se dará início ao programa “Transição para o 1.º Ciclo”, com as crianças da sala dos 5 anos. As sessões serão dinamizadas pela Psicóloga estagiária, sob orientação da Psicóloga da instituição e pela Educadora. O programa terá um total de 8 sessões semanais, de 45 minutos cada.

O presente programa será desenvolvido com a finalidade de promover uma adaptação saudável perante o novo contexto escolar, dando principal foco às competências sociais, autoestima e autocontrolo. No final do programa será realizada uma visita à escola do 1.º ciclo mais próxima, com o objetivo de aproximar as crianças ao novo espaço.

Todas as atividades terão um carater dinâmico e divertido, o que irá facilitar a aprendizagem e o trabalho em grupo, desenvolvendo estratégias/técnicas de aprendizagem e reflexão sobre diferentes áreas de estudo.

 

publicado por salinhadossonhos às 22:26
Sexta-feira, 12 / 09 / 14

Quando me virem...

Quando me virem a fantasiar
A fazer comidinha, a cuidar das bonecas
Não pensem que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a cuidar de mim e dos outros.
Um dia, posso vir a ser mãe ou pai.

Quando me virem a montar blocos

A construir casas, prédios, cidades

Não digam que estou só a brincar.

Porque a brincar, estou a aprender

A aprender sobre o equilíbrio e as formas.

Um dia, posso vir a ser engenheiro ou arquiteto.

 

Quando me virem coberto de tinta
Ou a pintar, ou a esculpir e a moldar barro
Não digam que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a expressar-me e a criar.
Um dia, posso vir a ser artista ou inventor.
Quando me virem sentado
A ler para uma plateia imaginária
Não riam e achem que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a comunicar e a interpretar.
Um dia, posso vir a ser professor ou actor.


Quando me virem à procura de insectos no mato
Ou a encher os meus bolsos com bugigangas
Não achem que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender.
A aprender a prestar atenção e a explorar
Um dia, posso vir a ser cientista.


Quando me virem mergulhado num puzzle
Ou nalgum jogo da escola
Não pensem que perco tempo a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a resolver problemas e a concentrar-me.
Um dia posso vir a ser empresário.


Quando me virem a cozinhar e a provar comida
Não achem, porque estou a gostar, que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender a seguir as instruções e a descobrir as diferenças.
Um dia, posso vir a ser Chefe.


Quando me virem a pular, a saltar a correr e a movimentar-me
Não digam que estou só a brincar
Porque a brincar, estou a aprender
A aprender como funciona o meu corpo.
Um dia posso vir a ser médico, enfermeiro ou atleta.


Quando me perguntarem o que fiz hoje na escola
E eu disser que brinquei
Não me entendam mal
Porque a brincar, estou a aprender.
A aprender a trabalhar com prazer e eficiência.
Estou a preparar-me para o futuro…

Hoje, sou criança e o meu trabalho é brincar.
(Poema de origem desconhecida)
 
Do blog da Martinha
publicado por salinhadossonhos às 13:33
Terça-feira, 09 / 09 / 14

Setembro – Regresso ao trabalho

Setembro – Regresso ao trabalho
Manuel Rangel

Setembro, o regresso ao trabalho para um novo ano letivo: horários a cumprir, o tempo mais ocupado, a correria para as múltiplas tarefas, menor liberdade! 

As crianças não são imunes a esta dinâmica. Significa, então, que deixarão de ter a vida relaxada de que, certamente, usufruíram nos últimos tempos; que deixarão de ter os pais e/ou familiares tão disponíveis e perto delas; que passarão a ter horas certas de deitar; a acordar mais cedo; a executar tarefas diárias; a cumprir horários; que irão ficar no jardim de infância enquanto os pais trabalham.

É obra! Salvo raras exceções, ou seja, para a maioria das crianças, num padrão saudável e compreensível, a vida torna-se mais “dura” e, à partida, menos agradável. 

É por isso que devemos transformar esta nova fase — inevitável — da vida das crianças e, por consequência, o espaço do jardim de infância, onde permanecerão longas horas por dia e muitos dias por ano, num espaço de gosto, de prazer e de oportunidades. As crianças poderão (e deverão) encontrar aqui um conjunto de atividades de que gostem e que lhes darão enorme satisfação, algo que dificilmente encontrarão noutros locais.

Em primeiro lugar, um espaço alargado de socialização, ou seja, um espaço onde podem estar com outras crianças da sua idade, ou de idades próximas, e interagir com elas em múltiplas situações.

Em segundo lugar, é um espaço lúdico, onde as crianças brincam livremente, o seu principal “ofício”, tão necessário para que possam viver, conviver, imaginar e crescer. Mas um local, também, e por excelência, de atividade e de aprendizagem. As crianças gostam de fazer coisas, de intervir e agir, gostam de realizar e concretizar, gostam de ter tarefas e de se envolverem em projetos. E é nessa ação que surgem múltiplas e ricas oportunidades de aprendizagem. 

Por último, o jardim de infância é um local de vivência da organização e de regras. As crianças precisam de ambientes organizados e com regras. Um ambiente com estas características é absolutamente necessário para que se estruturem a si próprias, para que aprendam a viver com os outros e, dessa forma, para que possam crescer de forma mais equilibrada e harmoniosa.

Parece, pois, ser este o “truque” de cada ano que recomeça: o saber converter esta “obrigatoriedade” e “inevitabilidade” — para nós e para elas! — num momento de alegria e de entusiasmo, porque nos vamos encontrar (ou reencontrar, no caso daqueles que connosco já estiveram); porque vamos estar juntos, porque nos vamos conhecer mais e melhor; porque vamos fazer muita coisa em conjunto e nos vamos divertir; porque vamos aprender muito uns com os outros; porque iremos crescer juntos. 

Importa, então, que, como profissionais, organizemos o espaço e planifiquemos as atividades para que tudo isso tenha lugar e venha a acontecer.

E assim, com este espírito positivo e empreendedor, mesmo os casos cuja adaptação (ou readaptação) se revele mais difícil — o que, com frequência, acontece —, rapidamente serão atraídos e integrados na dinâmica geral de atividade que o grupo estabelecer. 

publicado por salinhadossonhos às 02:34
Terça-feira, 17 / 09 / 13

Adaptação/ Separação dos pais

Posted by Drizita

 

Eis um tema pertinente para o inicio do ano. O texto que se segue foi elaborado por mim quando senti necessidade de estar melhor preparada para agir perante a adaptação das crianças à creche/JI.

A primeira separação de casa nunca é fácil, seja em que idade for. É preciso que tanto os pais como as crianças se preparem. A dor da separação acaba por ser mais facilmente superada pelas crianças – que encontram no Jardim-de-infância amigos, jogos e actividades atractivas que compensam a dor da separação – do que pelos pais. Passo a enumerar alguns modos de facilitar a transição:

  1. Os pais devem preparar-se a eles próprios para depois preparar o filho;
  2. Falar com a criança sobre a frequência do Jardim-de-infância (jamais omitir) e sobre o que encontrará nele – amigos, brinquedos, jogos, brincadeiras e actividades atractivas;
  3. Levar a criança a fazer uma visita à Instituição antes de a frequentar;
  4. Dar oportunidade à criança para que conheça outra(s) criança(s);
  5. Se necessário e possível, convidar a(s) criança(s) que conheceu para um passeio;
  6. No primeiro dia no Jardim-de-infância procurar deixar a criança junto daquela(s) que conheceu;
  7. Deixar a criança levar algum objecto/brinquedo especial que a conforte/distraia;
  8. Apresentar a criança antecipadamente à educadora e mostrar que tem confiança nela;
  9. Ficar um bocadinho na sala até que ela se adapte;
  10. Mostrar a Instituição à criança, o local onde pendura a sua roupa e guarda os seus pertences – o seu espaço;
  11. Nunca sair às escondidas da criança, nem dizer que volta já quando isso não é verdade;
  12. Despedir-se da criança;
  13. Não prolongar a despedida;
  14. Dizer que volta às “x” horas e que a ama;
  15. Na hora de ir buscar a criança, abraçá-la, dizer que sentiu saudades dela e que agora podem ir juntos para casa;
  16. Felicitar a criança pelo seu comportamento durante o dia.

 

Por vezes, depois da adaptação inicial as crianças voltam a reclamar na hora de ficar no Jardim-de-infância e a agarram-se aos pais. Se isto acontecer, podem-se repetir todos os passos novamente.

Quando os pais deixam a criança no Jardim-de-infância esta confronta-se, muitas vezes, com o medo – o medo do abandono. Podemos ajudar a criança a dominar os seus medos:

  • Ouvindo-a atentamente e respeitando tudo o que ela diz acerca dos seus receios;
  • Ajudando-a a compreender que o medo é um sentimento normal, comum a todas as pessoas em todas as idades;
  • Tranquilizando-a, dizendo que os medos podem ser controlados/enfrentados (ex.: se a criança tem medo que os monstros estejam debaixo da cama, incentive-a a espreitar debaixo da mesma na sua presença).

 http://dri_educ.blog.com/

 

Fontes de informação:

 O grande livro da criança: desenvolvimento emocional e do comportamento durante os primeiros anos. (Tradução de M. Peixoto – 6ª edição). Lisboa: Editorial Presença.

BRAZELTON, T., & SPARROW, J. (2003). A criança dos 3 aos 6 anos: o desenvolvimento emocional e do comportamento (Tradução de S. Santos). Lisboa: Editorial Presença.

publicado por salinhadossonhos às 03:51
Terça-feira, 03 / 09 / 13

Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins de infância.


 Para Pais (com filhos no jardim de Infância) e Educadores


1"Proibido insultar o jardim-de-infância chamando-lhe "escolinha". Em primeiro lugar, porque é uma escola. Em segundo, porque todas as escolas ganhavam se ligassem Brincar com aprender. 

2. É proibido que os pais imaginem que o jardim-de-infância serve para aprender a ler e contar. Ele é útil para aprender a descobrir os sentimentos. Para aprender a imaginar e a fantasiar. Para aprender com o corpo, com a música e com a pintura. E para brincar. Uma criança que não brinque deve preocupar mais os pais do que se ela fizer uma ou outra birra, pela manhã ao chegar. 

3. O jardim-de-infância assusta as crianças sempre que os pais - como quem sossega nelas os medos deles por mais um dia de jardim-de-infância - lhes repetem: " Hoje vai correr tudo bem!" 

4. Os pais estão proibidos de despedir-se muitas vezes das crianças, ao chegarem todos os dias. E é bom que se decidam: ou ficam contentes por elas correrem para os amigos ou ficam contentes por elas se agarrarem ao pescoço deles, com se estivessem prestes a ser abandonadas para sempre. 

5. É proibido que as crianças vão dia-sim dia-não ao jardim-de-infância. E que vão, simplesmente, quando os seus caprichos infantis vão de férias. E que não vão " só porque sim". O jardim-de-infância não é um trabalho para os mais pequenos. É uma bela oportunidade para os pais não se esquecerem que se pode amar o conhecimento, namorar com a vida, nunca ser feliz sozinho e brincar, ao mesmo tempo. 

6. No jardim-de-infância não é obrigatório comer até à última colher; nem dormir todos os dias. E não é nada mau que uma criança se baralhe e chame pai/mãe ao educador/a (ou vice-versa). 

7. Os pais estão obrigados a estar a horas quando se trata duma criança regressar a casa. Prometer e faltar devia dar direito a que os pais fossem sujeitos classificados como tendo necessidades educativas especiais. 

8. Os pais não podem exigir aos filhos relatórios de cada dia de jardim-de-infância. Mas estão autorizados a ficar preocupados se as crianças forem ficando mais resmungonas, mais tristonhas ou, até, mais aflitas, sempre que regressam de lá. E estão, ainda, autorizados a proibir que o jardim-de-infância só se abra para eles durante as festas. 

9. O jardim-de-infância é uma escola de pais. E um lugar onde os educadores são educados pelas crianças. Um lugar onde todos se educam uns aos outros não é uma escola como as outras. É um jardim-de-infância. 

10. Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins-de-infância!" 


Por Eduardo Sá (Psicólogo) 
publicado por salinhadossonhos às 23:43
Terça-feira, 13 / 11 / 12

Adaptação à creche/jardim de infância

Adaptação à creche/jardim de infância (por Teresa Paula Marques, Psicóloga Clínica)
Para partilhar com os pais

Alguns pais, por força das circunstâncias, colocam os filhos na creche logo nos primeiros meses de idade. Outros optam por deixá-los à guarda de uma ama ou dos avós. Certo é que, mais hoje, mais amanhã, acaba por chegar o dia em que ingressam no jardim de infância.

Quanto mais novinha for a criança, mais fácil e rápida será a adaptação, por isso, nos casos em que vão para o jardim de infância aos 3-4 anos, é de esperar alguma reação negativa. Uns adaptam-se melhor que outros e tudo está intimamente ligado à empatia que se gera com a educadora.

Temos de ter em conta que este momento produz alterações profundas no mundo da criança. Até esta idade, os pais foram o pilar de todo o desenvolvimento. Foram eles que a ajudaram a alimentar-se, a vestir-se, a lavar-se e a conviver com os outros. No fundo, mesmo sem se aperceberem, transmitiram-lhe a maior parte das regras fundamentais para que pudesse viver em sociedade.

Com a ida para o jardim de infância, chega a altura de colocar muitas destas aquisições em prática. Uma criança que já adquiriu alguma autonomia, decerto irá adaptar-se mais facilmente. As regras podem ser um pouco diferentes, mas não deixam de ser regras, e se está à partida habituada a cumpri-las não irá estranhar. Ainda assim, poderá haver alguma preparação, como, por exemplo visitar o jardim de infância para que ela possa conhecer o espaço e a educadora.

A criança pode experimentar sentimentos de profundo abandono e até de solidão quando é deixada no jardim de infância, uma vez que não pode contar com a presença do pai, da mãe, da ama ou dos avós. Em contrapartida, passa a estar integrada num grupo de pares, que se podem mostrar hostis nos primeiros dias. Temos de ter em conta que existem sempre alguns que já se conhecem de outros anos, uma vez que ingressaram no jardim de infância muito mais cedo e já têm o seu grupinho formado. Algumas vezes acontecem agressões, mordidelas, puxões de cabelo... Mas tudo isso é perfeitamente natural, portanto não há motivo para grandes preocupações.

No geral, as amizades infantis trilham caminhos completamente distintos das amizades adultas. De início é natural que se agridam fisicamente, mas em breve irão transformar-se em amigos inseparáveis. Para além disso, a educadora não pode dispensar-lhe todas as atenções, uma vez que tem vários meninos a seu cargo. Adaptar-se a tantas mudanças ao mesmo tempo é muito difícil. Por tudo isso, não é de estranhar que fique a chorar, o que acaba por ser ultrapassado.

Todas as manhãs, quando os pais a forem levar, é importante que seja criado um ambiente alegre e descontraído. Os pais podem, por exemplo, contar-lhe uma história cujo tema seja de um(a) menino(a) que não queria ir para a escolinha mas que depois arranjou muitos amiguinhos e adorou a experiência! Há que falar também como vai ser o dia de trabalho e fornecer uma referência clara, para que ele consiga situar o momento em que o irão buscar (por exemplo, depois do lanche). É preciso ter em conta que as crianças não possuem ainda a noção do tempo, portanto é necessário arranjar estas estratégias para que saibam o momento em que os pais chegam.

Contudo, chegado o fim do dia, devido às atividades profissionais, muitos acabam por deixar os filhos até mais tarde no jardim de infância. É vê-los sozinhos num canto, a inventarem brincadeiras ou a chorarem ao colo de uma auxiliar. Por vezes torna-se impossível evitar estas situações: uma reunião de última hora, um transporte que se perdeu, o trânsito que estava um caos… Mas existem sempre alternativas: uma vizinha simpática, um primo mais velho, os avós, alguém que se possa recrutar à pressa e que evite este sofrimento à criança. É que sentir-se abandonado, esquecido, pelos pais é algo extremamente traumatizante e que provoca um sentimento de intensa solidão e desamparo.

 

http://www.portoeditora.pt/espacoprofessor/adaptacao-creche-jardim-infancia

publicado por salinhadossonhos às 16:02

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