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Terça-feira, 17 / 03 / 15

Amo-te, pai

 

 Seja como for, não se deve temer pela saúde duma criança sempre que ela poupe o pai a todos os “likes” que desperdiça no Facebook

Embora se apresente em diversos tamanhos, o pai pode ser usado todos os dias, sem causar habituação. Habitualmente, pela manhã, o pai pode ser administrado numa dose ligeira, o que implica acordar os filhos, gritar para que se despachem (enquanto faz, atabalhoadamente, a barba) e ameaçar, como de costume, que não espera nem mais um minuto, depois de buzinar duas vezes, até que os filhos desçam, sem atrasos, para irem para a escola. Há, também, quem use uma porção, mais ou menos variável, de pai, ao fim do dia, o que inclui dar a voz de comando em relação ao banho, lutar contra as dúvidas de matemática que se acotovelam quando os trabalhos de casa puxam pelo sono, e ler (nunca contar...) uma história, antes de dormir. Muito raramente, há quem use o pai durante a noite, para caçar “fantasmas”, nos maus sonhos, ou quando uma dor de barriga vem a calhar, sempre que se descobre (a altas horas) que os trabalhos de casa se perderam entre a sala de aula e o caminho para casa. Por mais que haja quem recomende que isso se trata duma adição muito perigosa, há quem consuma, ainda, doses generosas de pai, ao fim-de-semana. E, claro, quem sofra do perigoso distúrbio de não passar sem ele, antes e depois da escola, enquanto se esgadanham os dois atrás duma bola ou sempre que contam histórias e piadas palermas e divertidas, enquanto se martirizam com as almofadas e deixam o sofá num estado de sítio.

Tanto pai pode, de facto, fazer mal a uma criança! Daí que se deva considerar que um  estado normal de pai (que deixa uma criança à margem de intoxicações delicadas)  é que ele seja sentido como se não tivesse coração, fosse trôpego com as palavras, tivesse um atrapalhador no lugar do coração e, sempre que são precisos gestos claros e calorosos de ternura, que ele mais pareça um prestidigitador. Ou que seja mais ou menos natural que o pai não se lembre dum aniversário importante, do nome da diretora de turma, dos dias dos testes ou das disciplinas dum filho, por exemplo. Ou que se entenda como um ato de gestão corrente que, sempre que um filho compartilha desabafos, o faça com a mãe e que, depois dela os dividir com ele, o pai faça de distraído (até porque isso leva a que os filhos falem com ele por meias-palavras e por entre linhas, como se, em vez dum homem generoso e palpitante, o pai fosse, consoante “o fumo” que lhe esvoaça das orelhas, um vulcão adormecido). Ou que se convencione que um pai trabalha muito e que, por causa disso, a gritaria lá em casa baixa de tom mal ele esteja para chegar! Ou que, consoante os casos, a mãe, depois de se esganiçar, acabe a dizer: “Não tarda nada, chega o teu pai, e tu vais ver!...” (como se, em vez do Pai Natal, o pai fosse uma versão, com fato e gravata, do lobo mau). Ou − ainda, que o pai mereça mimos e abraços (ou venha de lá um: “paizão, gosto muito de ti”!) unicamente quando o “rendimento social de inserção” dum filho, entretanto, se “constipou”, e a mesada dele precisa de ser aconchegada com uma emissão... de dívida. Ou − e a lista de sintomas “anti-inflamatórios” parece, felizmente, nunca mais acabar! − que se ache razoável que o pai exagere nas vezes em que faz de “homem-invisível” e sempre que, finalmente, ele se chega à frente, todos concordem que aquele momento... nunca existiu, dando à sua autoridade um leve tom de “missão impossível” (sem que, no entretanto, ele lucre com o glamour dum protagonista e que, em vez de se fazer transportar num coração que mais parece uma limousine, o pai, com o barulho das luzes, antes fosse um verdadeiro anti-herói).
Todos estes embalagens de pai são vulgares e equivalem às diversas cores com que se revestem as drageias ou os comprimidos. Devem ser administradas com cuidado e, sendo assim, podem ser deixadas ao alcance das crianças. Seja como for, não se deve temer pela saúde duma criança sempre que ela poupe o pai a todos os “likes” que desperdiça no Facebook. Ou sempre que o reconhece tão capaz de intuir e de resolver aquilo que ela, ainda, mal pensou, que o viva em “modo de voo”, sempre desligada dos gestos guerreiros que cobrem de vaidade qualquer pai.
É claro que o amor do pai talvez traga consigo uma ligeira alteração da temperatura do corpo: é natural que os filhos, bem amados pelo pai, não sejam tão afoitos e perseverantes como deviam porque − com a mesma desenvoltura com que chamam pela mãe, mal lhes dói seja o que for − logo que falam “tu cá, tu lá” com uma contrariedade, terminam sempre a reconhecer que o pai a... resolve. E aí, sim, o estado geral duma criança corre perigos severos. Porque, regra  geral, confere a um pai um estatuto de super-herói, com a imensa vantagem dele não ter que se mascarar para evocar os seus poderes. E, é claro, que o coloca ali entre um bombeiro e um mágico (o que, não lhe dando um descanso por aí além,  evoca um lado amigo do “bricolage” que lhe alimenta uma aura de faz-tudo, sem direito a férias, fins-de-semana ou feriados).
Em circunstâncias-limite, tanto pai gera um estado inflamatório exuberante, que torna uma criança um bocadinho desgovernada do juízo podendo acontecer que, depois de se colocar às suas cavalitas, ela dobre o riso enquanto ele a lança ao ar e a transforma num... aviãozinho.
Há quem, no entanto, reconheça que, enquanto a mãe a acalenta, o pai faça de conta que tem “nervos de aço” e, depois de encher o peito de ar, e de coração apertado, dê um empurrãozinho no rabo duma criança enquanto a faz ter um pouco mais de mundo. Mas todo o cuidado é pouco! Até porque há relatos − preocupantes! − que, garantem que há pais que fingem ser um gigantão e, depois de se porem em bicos de pés e de esticarem os braços o mais que podem, levam os filhos a acreditar que chegam às nuvens ou que arranharam os céus...

É por estas e por outras que o uso de pai deve ser administrado com muito cuidado! Embora seja, geralmente, aceite que abraçar um pai pareça não ser um desperdício E dizer: “Amo-te, pai!” esteja para o coração paterno como a chave completa para o Euromilhões...

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eduardo-sa/7283-amo-te-pai

publicado por salinhadossonhos às 17:22
Terça-feira, 10 / 03 / 15

É fácil estragar um filho

Escrito por Eduardo Sá Quarta, 18 Junho 2014 

 Não é verdade que as crianças deviam vir equipadas com manual de instruções. Mas também não acredito que, apesar desse desabafo ter virado moda, os pais – os bons pais, claro – ganhassem o que quer que fosse se isso se desse assim. E se as crianças viessem equipadas com manual de instruções?

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Não é verdade que as crianças deviam vir equipadas com manual de instruções. Mas também não acredito que, apesar desse desabafo ter virado moda, os pais – os bons pais, claro – ganhassem o que quer que fosse se isso se desse assim. E se as crianças viessem equipadas com manual de instruções? Os pais adormeciam para o “equipamento de base” indispensável de que dispõem para serem bons pais: o sexto sentido (que é uma espécie de instinto de adivinhar, que os habilita para ler as meias-palavras, as entrelinhas e os silêncios dos filhos), o bom senso (que os leva, antes de esgotarem as suas quotas de parvoíce, a chegar “num pulo” ao sentido de justiça) e o coração grande (e a cabeça quente) com que se vai da ternura, ao carinho e à bondade.

 Os pais não precisam, portanto, de um manual de instruções para serem bons pais! Por mais que menos irmãos, menos sobrinhos e menos afilhados, no seu crescimento, representem menos oportunidades para apanharem o jeito de ler e de legendar as manhas, as manias e o jeito de amar (imenso mas desengonçado) de todas as crianças. E não precisam dele mesmo que menos crianças a nascer não pressuponha mais oportunidades para serem melhores pais. Os pais precisam, isso sim, de se aventurar pelas suas experiências de filhos e de ser tagarelas, todos os dias, com essas memórias, de mansinho. Mesmo que, amassados por elas, às vezes o coração se feche e dê um nó e desse modo eles descubram que há pessoas que até quando choram são bonitas.

Os pais não precisam de um manual de instruções para serem bons pais! E, muito menos, de serem – pai e mãe – concertados nas opiniões que têm acerca dos comportamentos e dos trejeitos das crianças. É, portanto, mentira que os bons pais para serem irrepreensíveis como pais, estejam proibidos de discordar ou de discutir. E, muito menos (por mais ternurenta que seja a convicção profunda com que o afirmam) que jamais se possam desautorizar um à frente do outro – e ambos “nas barbas” duma criança – como se ela, sempre que sente o olhar dos dois em rota de colisão, não descortinasse nas suas testas “luzinhas” de cores contraditórias a acender e a apagar. Sempre que os pais se juntam num só erro cada um é para o outro o manual de instruções que lhe faz falta!

 Os pais não precisam de um manual de instruções para serem bons pais! Porque isso talvez os leve a querer serem exemplares. Ou irrepreensíveis. Ou bem comportados. Ou aprumados. Ou atilados, até... Sempre que exigem ser mais ou menos perfeitos falta-lhes, isso sim, um bocadinho de alma e de insolência no coração para que, em cada uma das suas hesitações, encontrem o fio da meada dum novo manual de instruções. É bom, por isso, que (no meio duma birra de pais) eles “fervam em pouca água!”. Ou que tenham o coração ao pé da boca. Ou, sempre que se enfurecem, digam o que querem e o que não querem. As crianças não tiram os pais do sério: devolvem-nos ao sério! Afinal, sempre que erram muitas vezes, as crianças não deixam que os pais fiquem sempre presos ao mesmo erro!

Os pais não precisam de um manual de instruções para serem bons pais! Porque isso talvez os levasse a ignorar que, depois das crianças, os melhores manuais de instruções de que dispõem são a sua própria infância e os pais que eles tiveram. Mas serão os pais... bons filhos? Não no sentido de dizerem sim a todos os caprichos dos seus pais, a nunca os contrariarem ou a serem uma espécie de seus “oficiais às suas ordens”, mas de lhes darem colo e carinho, de falarem por eles (mesmo quando se trata de se aventurarem pelos seus silêncios), ou de exigirem ser escutados (em vez de se ficarem por mais um: “ele não vai entender”)? Serão os pais bons filhos, quando se trata se reconhecerem nos seus próprios pais a sabedoria que faz com que eles sejam, para sempre, a sua “entidade reguladora”, e não vacilando, sequer, mal eles ameaçam desistir, os proíbem de começar a morrer? Será a maioria dos pais bons filhos? Não! E será que podemos ser bons pais e maus filhos, ao mesmo tempo? Também não! Sendo assim, há um manual de instruções escondido na maneira com que os pais se resgatam para que sejam, hoje, pelos seus seus gestos, os filhos que desejaram toda a vida vir a ser: para serem bons pais, não precisam de manuais; basta que se sejam bons filhos!

 Em resumo, é fácil estragar um filho: eduque-o com um manual de instruções! Daqueles que acham que a escola é mais importante que a família, que brincar vale menos que aprender, e que as histórias, ao pé dos algarismos estão sempre a mais. Ou daqueles que se alarmam sempre que as crianças “falam pelos cotovelos” ou fazem tudo para não perderem a “língua de perguntador”. Ou de outros, ainda, que recomendam que as crianças só devem ser repreendidas sempre que aceitam ser contrariadas. É fácil estragar um filho. A fórmula para isso será mais ou menos assim: quanto mais manuais, piores pais!

Mas se os quiser ignorar, não perca de vista que os pais não precisam de um manual de instruções! Porque isso pressupõe que por trás duma criança há sempre uma dor de cabeça, e que eles, para que sejam especiais, terão de ser pais-aspirina. É, portanto, indispensável que os pais errem! Muitas vezes! E que, de problema em problema, casem errar com aprender.

 

Assim, talvez os pais nunca percam de vista que os melhores manuais sobre as crianças são os erros. Dos pais!

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eduardo-sa/7159-e-facil-estragar-um-filho

publicado por salinhadossonhos às 17:24
Terça-feira, 24 / 02 / 15

Divórcio não, obrigado!

Escrito por Eduardo Sá Quinta, 03 Julho 2014 

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 A separação exige sempre melhores pais. São muitos os momentos de mágoa. Esperar que seja um tribunal a mediar cada um desses momentos é judicializar a parentalidade.

 

1. Tenho dito que talvez haja três tipos de relações de casal. As mais frequentes serão amizades coloridas. As outras, ‘contas de poupança-reforma’. E haverá, ainda, uma esmagadora minoria de uniões de facto (por dentro) que, entre todas, serão aquelas que melhor se aproximam da ideia de casamento.

Se a complexidade de uma relação amorosa se torna, tantas vezes, tão difícil de gerir, os descuidos e os desamparos cumulativos que pode gerar tornam-na dolorosa. Será em consequência dessas dores (que se enovelam) que as pessoas se vão afastando, por dentro, devagarinho. E quando uma delas o assume (em função de um período de sofrimento pessoal que a interpela, ou em consequência da comparação entre os pequenos gestos que alguém lhe disponibiliza no local de trabalho, por exemplo, e as rotinas entediantes do casamento) não é justo que a outra se declare, diante de um apelo à verdade, ‘apanhada de surpresa’. Ou que eleja um vilão que, supostamente, tenha inquinado um grande amor. Na verdade, todos os divórcios se dão por mútuo consentimento.

São as pessoas que mais contribuem para um divórcio que mais se foram sentindo credoras do consentimento a dar num acordo de divórcio (sendo as pensões de alimentos ou as contrapartidas patrimoniais o ‘dote de alforria’ com que se negociava a assinatura do divórcio e, pior, a partilha das responsabilidades parentais sobre os filhos desse casal).

Aliás, era absurdo, como foi acontecendo nalgumas circunstâncias, que um dos elementos do casal, que pretendia divorciar-se, tivesse de fazer prova da culpa do outro como se só os factos irrefutáveis parecessem prevalecer sobre os vínculos amorosos que terão definhado e morrido numa relação.

2. Tudo seria mais simples se as pessoas, ao afastarem-se por dentro, pudessem mobilizar a maturidade que as desligasse por fora. Mas porque foram acumulando ressentimentos, como se foram descuidando aos mais diversos níveis e como se foram enredando em compromissos intermináveis (que, ao mesmo tempo, as prendem e as desligam), muitas separações transformam-se em divórcios que, por mais que pareçam por comum acordo, não deixam de ser mais ou menos litigiosos. Mais, ainda, quando se partilham bens e se divide a parentalidade em relação a algumas crianças.

3. Dos 47857 casamentos que, em 2006, se deram em Portugal, 20,6 por cento correspondem a pessoas divorciadas que voltaram a casar, embora no mesmo ano se tenham decretado 23935 divórcios (6 por cento dos quais litigiosos quando, em 1980, a percentagem de litigiosidade foi de 38 por cento). Haverá, portanto, cada vez mais divórcios embora isso talvez não corresponda ao modo como o casamento parece estar a cair em descrédito.

4. Será razoável que as pessoas se divorciem? É. Porquê? Porque entre estarem divorciadas por dentro e casadas por fora, e divorciadas por fora e ligadas por dentro, a segunda hipótese as protegerá mais a elas e aos seus filhos. Poder-se-á afirmar – como dizem alguns – que uma resposta judicial mais ágil e mais simples poderá ser benevolente para com os impulsos para o divórcio de muitas pessoas? Não. Porque se um casal privilegia o divórcio impulsivo a tudo o que, supostamente, o liga talvez nunca tenha estado casado por dentro, por mais que do ponto de vista do direito não seja assim.

É sensato, ainda, que as compensações financeiras de um dos membros do casal em relação ao outro sejam temporizadas e justas? Claro. Não será razoável que as pensões de alimentos ao ex-cônjugue se eternizem e, muito menos, que algumas representem formas de usufruir de ganhos que mais parecem modos de exploração (a pretexto das crianças) por parte de um dos pais em relação ao outro. Se os pais assumem a parentalidade devem reunir recursos para a viabilizarem. Já quando violam as responsabilidades judiciais que, livremente, assumem (seja em relação às prestações monetárias como aos compromissos para com os seus filhos) e, depois, reclamam os seus direitos de pais, devem merecer penalizações (que, finalmente, parecem estar a ser ponderadas, contrariando a total impunidade com que muitos pais foram injuriando os direitos dos seus filhos e a ideia de um bem-comum, condensado na lei).

5. A separação exige sempre melhores pais. Porque introduz níveis de complexidade crescente numa relação e porque são muitos os momentos escorregadios em que todos se podem magoar. Esperar que seja um tribunal a mediar cada um desses momentos é judicializar a prentalidade. Isto é, assumir que só se consegue ser pai ou mãe sob a tutela de um juiz, o que devia merecer, de imediato, que os filhos desse casal fossem considerados em perigo. Perigo maior, aliás, que se dá quando (em vez de se separarem) se divorciam por dentro e por fora. Nessas circunstâncias, um divórcio faz mal, de forma irreparável, a uma criança. Não pela facilidade com que os pais se divorciam. Mas pela falta de qualidades para a parentalidade que um divórcio judicial, simplesmente, aviva. Daí que, ponderando sobre esse exemplo, me pareça que devíamos dizer: “Divórcio não! Obrigado…”.

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eduardo-sa/7203-divorcio-nao-obrigado

publicado por salinhadossonhos às 17:29

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